Minas e a mineiridade. O lugar e o seu espírito, que atravessa o tempo por meio de paisagens naturais, personagens, “causos”, arquitetura e os próprios mineiros. Se a pergunta é: o que há de Minas Gerais na inspiração de suas criações? A reposta é simples e direta: tudo.
Para a obra de Iriê Salomão, a arte pode ser encarada como um fio condutor da história do estado e o desenho, como forma de expressão desta arte, como um ofício que acompanha o modo de vida local. Um processo artístico que envolve pesquisa e observação.
Graduado em História pela Universidade Federal de Juiz de Fora (1981) e especialista em Gestão do Patrimônio Cultural pela Faculdade Metodista Granbery (2014), o artista mescla a sabedoria dos livros e da academia com a sabedoria popular, do olhar para a realidade e do estar presente nela, para criar interpretações únicas.
Refletindo sobre suas obras, podemos dizer que a grande dúvida sobre o trabalho de Iriê Salomão é se nos impressionamos mais diante dos traços unidos, que formam belas figuras, ou se com graça resolvemos usar uma lupa e perceber que cada ponto tem sua própria história e que o quadro nos leva por caminhos bem mais sutis do que imaginávamos.
Cada objeto representado parece uma pequena relíquia retirada do real e recolocada na folha branca para viver para sempre, em detalhe. Quem conhece o artista sabe que cada uma de suas obras é carregada de histórias e os famosos “causos” de Minas Gerais. Quem não o conhece poderá ter contato pela primeira vez com um trabalho que sabe a força do passado em Minas, e o retraça com sutileza, como se costurasse histórias com as tintas das suas canetas. Olhar, ouvir, estudar, conhecer, sentir e, por fim, desenhar.