De 1º a 11 de novembro, a Galeria de Arte do Fórum da Cultura da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) recebeu a mostra “Olhares”, do artista plástico Iriê Salomão. A iniciativa expôs o olhar direcionado de Iriê para Minas Gerais, sua maior inspiração, levando o visitante por um passeio entre paisagens, referências e histórias do estado.
A exposição contou com uma série de mais de dez obras que apresentam um pouco do repertório de técnicas do artista por meio do nanquim, do tracejado, das hachuras e do pontilhismo. Entre os quadros presentes, o público pôde conferir:
Obra do conjunto escultório do mestre Antônio Francisco Lisboa, em Congonhas do Campo. O personagem retratado obedece ao estilo do mestre Antônio Francisco, sendo esse personagem da cena da Última Ceia, esculpido em um tronco de cedro e posteriormente pintado para melhor realismo, mantendo as cores e linhas fortes tal como no original. Os espaços são desenhados, preenchidos com conhecimento e precisão, volume no plano, cores emocionantes e movimentos suaves contraditoriamente, quase estáticos. Na obra, as áreas retilíneas e rebuscadas, procurando ligar dois artistas distantes em 200 anos, mas muito próximos e unidos no contexto artístico atemporal da irrequieta e tradicional Minas Gerais.
Remanso é o local onde um rio perde parcialmente a força das correntes, e um lago forma uma paisagem aconchegante, onde o horizonte geralmente se perde de vista, compondo um ambiente especial a pescadores e canoeiros do interior. Nesta obra, um grande esforço de conhecimento artístico e técnico foi empregado para criar a cena de tanta amplidão. Com uma árvore gigante em primeiro plano, o rio com seu suavíssimo movimento de água que, sobre efeito da luz natural, provoca um suave reflexo na paisagem. Levando o olhar mais adiante, vemos as montanhas finalizando a cena.
Minas Gerais é um estado de muitas faces, entre elas, o detalhe é importante. Não se anda por nossos recantos de modo apressado, e sim de maneira calma, passo a passo, olho a olho, para ver as pequenas sutilezas. Aí está o sentido desta obra: o olhar atento e admirado, um recorte de uma das tantas igrejas que alimentam este povo de boa fé. Pode ser em uma das muitas cidades ou vilas, está ali, diante de nossos olhos, a testada da igreja, o óculo iluminando o interior, a torre e o sino escondido na penumbra. Desenho delicado em tracejado finíssimo, com linhas distanciadas como que por um suspiro. As falhas representam as manchas causadas pelo tempo secular. É Minas: em seu silêncio e toda a sua arte.
Natural de Juiz de Fora, a exposição na Galeria de Arte foi para Iriê Salomão a realização de um sonho – o de poder mostrar sua arte em um ambiente tão nobre para a cultura na cidade, o qual visita desde a infância.
Com todas as obras expostas concluídas entre os anos de 2020 e 2022, este foi mais um marco na sua trajetória de exposições iniciada em 1978, quando participou do Salão da Sociedade de Belas Artes Antônio Parreiras.
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Fonte de informações: Fórum da Cultura UFJF
Da janela mineira da vida pela qual Iriê Salomão comtempla as belezas de paisagens e histórias, surge também a inspiração para criar obras com profunda sensibilidade e calma.
Incentivar o acesso à cultura e à arte e abrir portas para os artistas locais, esse é o propósito do Espaço de Arte Jardim Norte. O ambiente, localizado em um dos principais shoppings de Juiz de Fora-MG, recebe exposições como forma de divulgar as obras de pintores, desenhistas e artistas plásticos da cidade e da região.
Juiz de Fora, Minas Gerais. Aqui nasceu o artista plástico, escritor, palestrante, articulista, professor de História do Brasil e especialista em Patrimônio Cultural, Iriê Salomão. Mas, antes de nascerem os títulos, nasceram o menino Iriê e o seu olhar atento à arte. Ele costuma dizer que menino e artista formaram “uma coisa só*”.