Leia este artigo para entender a grande inspiração de Iriê Salomão em Aleijadinho e conhecer as peças que resultaram disso.
Ao olhar as obras do artista juiz-forano, Iriê Salomão, é possível captar as influências do mestre Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.
Apesar de suas diferentes naturezas, Iriê conseguiu exportar detalhes das esculturas de Aleijadinho para os seus quadros. Para isso, Iriê utilizou não somente técnicas específicas, mas também o tema geral das peças de seu ídolo.
Neste artigo, vamos falar sobre o famoso artista e apresentar as principais obras de Iriê Salomão surgidas dessa inspiração. Continuo lendo para descobrir mais.
Antônio Francisco Lisboa nasceu em Vila Rica, atual Ouro Preto, em Minas Gerais. Aprendeu a esculpir quando criança, graças ao trabalho de carpintaria de seu pai, e se tornou arquiteto e escultor.
Por ser mestiço, Aleijadinho enfrentou muitos obstáculos para conseguir o devido reconhecimento. Foi somente quando a sua fama chegou a outras cidades que as suas obras passaram a ser respeitadas. O apelido de “Aleijadinho” veio de uma doença (lepra ou sífilis, não se sabe ao certo), que deformou os seus pés e as suas mãos.
Com foco na religiosidade, as obras de Aleijadinho se destacam pelas cores e pelo dinamismo, além da leveza e da simplicidade das esculturas.
Ainda que de naturezas diferentes, as obras de Aleijadinho (esculturas) e de Iriê Salomão (quadros) compartilham similaridades. O artista juiz-forano se inspira profundamente no talento do mestre para compor suas peças.
Abaixo, confira algumas das principais obras de Iriê Salomão, produzidas com a influência de Aleijadinho.
Utilizando a técnica de nanquim tracejado em caneta de ponta reta, Iriê produziu traços longos e irregulares para representar os cortes do cinzel de Aleijadinho. Em uma rara representação do profeta Ezequiel, nós o vemos de frente e em posição elevada no adro do santuário.
A influência de Aleijadinho é o que garante o impacto da obra, com a escultoria característica do mestre encontrada na barba, assim como no rendilhado retorcido do bigode.
Um dos grandes profetas de Israel, Ezequiel escreveu um dos maiores livros da Bíblia. Viveu durante o exílio babilônico – período em que entregava mensagens de consolação, exortação e ensino aos judeus em cativeiro.
Essa segunda obra apresenta o profeta Habacuque, judeu que profetizou o reino de Judá.
A técnica de nanquim tracejado (além de reticulado e pontilhado), inspirada em Aleijadinho, também compõe esse quadro – agora em aquarela. Iriê utiliza o azul ao fundo, com pontilhados brancos que representam a chuva.
Para esse quadro, Iriê Salomão usa os ensinamentos do mestre Aleijadinho para remeter à juventude do profeta Abdias. Para isso, são utilizados traços mais rechonchudos, recortes pequenos e ângulos opostos. Isso é feito para trazer movimento à fisionomia do profeta.
Já o turbante é composto por linhas verticais em zigue-zague, construindo a textura lisa e a circunferência da peça.
A profecia de Abdias se divide em duas partes, sendo a primeira do tipo oráculo contra as nações e a segunda apocalíptica. Ambas profetizam a ruína da idolatria e o estabelecimento do Nosso Senhor Jesus Cristo.
Conferindo as obras acima, é possível entender a influência de Aleijadinho nos temas tratados por Iriê Salomão, além das técnicas empregadas. Clique aqui para conhecer e se encantar com todas as obras de Iriê.
Da janela mineira da vida pela qual Iriê Salomão comtempla as belezas de paisagens e histórias, surge também a inspiração para criar obras com profunda sensibilidade e calma.
Incentivar o acesso à cultura e à arte e abrir portas para os artistas locais, esse é o propósito do Espaço de Arte Jardim Norte. O ambiente, localizado em um dos principais shoppings de Juiz de Fora-MG, recebe exposições como forma de divulgar as obras de pintores, desenhistas e artistas plásticos da cidade e da região.
Juiz de Fora, Minas Gerais. Aqui nasceu o artista plástico, escritor, palestrante, articulista, professor de História do Brasil e especialista em Patrimônio Cultural, Iriê Salomão. Mas, antes de nascerem os títulos, nasceram o menino Iriê e o seu olhar atento à arte. Ele costuma dizer que menino e artista formaram “uma coisa só*”.