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3 de janeiro de 2023

Fórum da Cultura exibe mostra ‘Olhares’ em Juiz de Fora

De 1º a 11 de novembro, a Galeria de Arte do Fórum da Cultura da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) recebeu a mostra “Olhares”, do artista plástico Iriê Salomão. A iniciativa expôs o olhar direcionado de Iriê para Minas Gerais, sua maior inspiração, levando o visitante por um passeio entre paisagens, referências e histórias do estado.

A exposição contou com uma série de mais de dez obras que apresentam um pouco do repertório de técnicas do artista por meio do nanquim, do tracejado, das hachuras e do pontilhismo. Entre os quadros presentes, o público pôde conferir:

Discípulo André no Passo da Ceia

Obra do conjunto escultório do mestre Antônio Francisco Lisboa, em Congonhas do Campo. O personagem retratado obedece ao estilo do mestre Antônio Francisco, sendo esse personagem da cena da Última Ceia, esculpido em um tronco de cedro e posteriormente pintado para melhor realismo, mantendo as cores e linhas fortes tal como no original. Os espaços são desenhados, preenchidos com conhecimento e precisão, volume no plano, cores emocionantes e movimentos suaves contraditoriamente, quase estáticos. Na obra, as áreas retilíneas e rebuscadas, procurando ligar dois artistas distantes em 200 anos, mas muito próximos e unidos no contexto artístico atemporal da irrequieta e tradicional Minas Gerais.

Remanso

Remanso é o local onde um rio perde parcialmente a força das correntes, e um lago forma uma paisagem aconchegante, onde o horizonte geralmente se perde de vista, compondo um ambiente especial a pescadores e canoeiros do interior. Nesta obra, um grande esforço de conhecimento artístico e técnico foi empregado para criar a cena de tanta amplidão. Com uma árvore gigante em primeiro plano, o rio com seu suavíssimo movimento de água que, sobre efeito da luz natural, provoca um suave reflexo na paisagem. Levando o olhar mais adiante, vemos as montanhas finalizando a cena.

Recorte colonial

Minas Gerais é um estado de muitas faces, entre elas, o detalhe é importante. Não se anda por nossos recantos de modo apressado, e sim de maneira calma, passo a passo, olho a olho, para ver as pequenas sutilezas. Aí está o sentido desta obra: o olhar atento e admirado, um recorte de uma das tantas igrejas que alimentam este povo de boa fé. Pode ser em uma das muitas cidades ou vilas, está ali, diante de nossos olhos, a testada da igreja, o óculo iluminando o interior, a torre e o sino escondido na penumbra. Desenho delicado em tracejado finíssimo, com linhas distanciadas como que por um suspiro. As falhas representam as manchas causadas pelo tempo secular. É Minas: em seu silêncio e toda a sua arte. 

Sonho realizado na Galeria de Arte

Natural de Juiz de Fora, a exposição na Galeria de Arte foi para Iriê Salomão a realização de um sonho – o de poder mostrar sua arte em um ambiente tão nobre para a cultura na cidade, o qual visita desde a infância.

Com todas as obras expostas concluídas entre os anos de 2020 e 2022, este foi mais um marco na sua trajetória de exposições iniciada em 1978, quando participou do Salão da Sociedade de Belas Artes Antônio Parreiras.

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Fonte de informações: Fórum da Cultura UFJF

 

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